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sexta-feira, 01 agosto 2025 10:57

Cruz Vermelha cria unidade móvel para apoiar quem combate incêndios

Primeira ativação em Ponte da Barca. 

 

Numa altura em que os incêndios rurais colocam à prova a resiliência do sistema de proteção civil em Portugal, a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) deu hoje um passo decisivo no reforço do apoio humanitário a quem está na linha da frente. O novo REST SPACE, estrutura móvel e modular, foi ativado pela primeira vez no teatro de operações de Ponte da Barca, oferecendo aos operacionais condições dignas de descanso, higiene, apoio psicossocial e recuperação física, numa resposta que alia inovação, articulação institucional e solidariedade concreta.

Capaz de acolher até 100 operacionais em simultâneo e 500 em regime rotativo, o REST SPACE representa uma resposta inédita no contexto nacional, projetada para acompanhar as exigências físicas e emocionais do combate aos fogos florestais, cada vez mais frequentes e intensos. A iniciativa é apoiada pela Missão Continente, numa lógica de cooperação entre entidades públicas e privadas, e enquadra-se na missão humanitária da CVP de cuidar tanto das populações afetadas como dos profissionais que as protegem.

“Responder a situações críticas exige mais do que meios. Exige coordenação, entreajuda e compromisso coletivo. O REST SPACE é um exemplo de como a cooperação entre entidades permite criar soluções que cuidam de quem protege as populações. Só com esta articulação conseguimos garantir respostas eficazes e humanas, tanto para os operacionais como para as comunidades afetadas”, afirmou António Saraiva, Presidente Nacional da Cruz Vermelha Portuguesa, sublinhando o papel da instituição como força complementar e estratégica no dispositivo nacional de emergência.

A importância da articulação interinstitucional foi também reforçada pela Missão Continente, parceira do projeto. Para Nádia Reis, diretora de Responsabilidade Social do Continente, “A Missão Continente é parceira há muitos anos da Cruz Vermelha Portuguesa e não podia faltar neste momento tão importante no combate aos incêndios. Este apoio é complementar ao projeto de emergência que temos atualmente ativo de apoio direto aos bombeiros, em articulação com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC)”.

Com uma infraestrutura que assegura apoio logístico, alimentação, cuidados médicos, fisioterapia e suporte emocional, o REST SPACE já está operacional em Ponte da Barca, zona particularmente afetada pelos incêndios desta semana. A estrutura funciona como zona de retaguarda, onde os operacionais podem recuperar forças, receber acompanhamento de saúde e retomar o serviço em melhores condições físicas e psicológicas.

Segundo Gonçalo Orfão, Coordenador Nacional de Emergência da CVP, esta estrutura foi concebida “como uma resposta rápida centrada nas pessoas, que assegura o bem-estar integral dos operacionais”, destacando a importância de cuidar de quem arrisca diariamente a sua vida na defesa de pessoas e bens.

A resposta da Cruz Vermelha no atual cenário de emergência tem sido robusta e articulada com os restantes agentes da proteção civil:

  • Presença nos incêndios rurais de Ponte da Barca, Ponte de Lima, Arouca, Penamacor, Alcanede, Capela e Recarei;
  • Mobilização de 48 ambulâncias de socorro, 15 oficiais de ligação e cerca de 100 operacionais;
  • Realização de 22 assistências no terreno;
  • Ativação da Sala de Crise Nacional (SALOP) para coordenação das operações;
  • Pré-posicionamento de 2 estruturas de alojamento de emergência, além da montagem do REST SPACE.

A iniciativa integra-se numa estratégia mais ampla da Cruz Vermelha Portuguesa de resposta humanitária aos desafios colocados pelas alterações climáticas e pelos fenómenos extremos que delas decorrem, como os incêndios rurais de grande escala. Enquanto entidade auxiliar dos poderes públicos, a CVP atua de forma complementar, reforçando os meios já existentes e oferecendo respostas integradas centradas nas pessoas — da assistência em emergência à recuperação física e emocional dos operacionais. Ao conjugar proximidade territorial, capacidade de mobilização rápida e competências técnico-humanitárias especializadas, a Cruz Vermelha afirma-se como pilar de apoio essencial ao Estado e à sociedade civil, promovendo soluções eficazes, humanas e resilientes para os contextos de crise que afetam o país.

 


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